Vanessa Chaves
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02- Terapia de Ondas de Choque
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01- Plano de Prevenção e Treinamento voltado para o Tênis
A prática do Tênis exige uma variedade de movimentos que envolvem precisão e potência, que são gerados para desenvolver excelente rendimento ao tenista. Deve haver uma harmonia corporal e precisa entre membros inferiores, tronco e membros superiores para gerar energia suficiente aos golpes e movimentos durante o jogo.
De modo geral, o tênis é um esporte que apresenta baixa incidência de lesões, embora a literatura descreva o contrário. Entre as lesões mais encontradas em tenistas temos a epicondilite (tennis elbow), lesão muscular da panturrilha (tennis leg), síndrome do impacto em articulação do ombro, lesão em joelhos (menisco e ligamentos), tendinites (comum em joelhos), fraturas por estresse em vertebras, hérnias de disco e menos encontrada, mas específica do Tênis, a Fibrocartilagem Triangular (lesão da articulação de punho com os ossos da mão).
Com o conhecimento dos equipamentos, fatores externos de jogo e sobre a biomecânica do esporte, conseguimos adequar um tratamento e um treinamento específico para nosso atleta de acordo com sua lesão.
Os recursos para a prevenção e o tratamento de lesões são muito amplos, o que favorece a evolução do atleta no treinamento e melhora o rendimento dele no esporte. Entre esses recursos utilizados temos além da reabilitação em si, o treinamento funcional e o Pilates, quem veem se mostrando muito eficazes, alcançando os objetivos propostos, quando trabalhados de forma individual e específica para a lesão, simulando seus gestos esportivos a fim de corrigi-los e aperfeiçoá-los, ensinando o atleta a ativação correta da musculatura que irá protegê-lo de lesões futuras.
Consciência Corporal
Quem treina sabe o quanto dores e lesões atrapalham os resultados da atividade física. Já que esses problemas podem impedir você de fazer exercícios por uns dias (ou por semanas e meses) e, consequentemente, de evoluir no esporte. E algo que pode tanto ajudar a reduzir incômodos quanto potencializar o desempenho, seja qual for sua modalidade, é desenvolver a consciência corporal.
Consciência Corporal é o conhecimento e consciência de nossos próprios corpos, capacidades aprendidas principalmente por meio da movimentação e repetição: quem se move bastante, se move melhor.
Mas o que é a Consciência Corporal?
A consciência corporal está diretamente ligada com uma capacidade física chamada de propriocepção —que é a habilidade que temos em reconhecer onde está uma parte do corpo sem precisar usar a visão. Confuso? Se fechar os olhos, você ainda assim consegue mover sua mão de onde ela está agora e tocar o nariz, não consegue? Pois é, isso ocorre graças à propriocepção, que permite a você saber onde as partes do seu corpo estão sem precisar olhar para elas.
O que isso tem a ver com o treino e menor risco de lesão? Quando você está correndo e pisa num buraco, por exemplo, graças à propriocepção, seu cérebro percebe que seu pé está virando e manda sinais para os músculos corrigirem o movimento e evitar uma torção grave. É também graças à propriocepção que você sabe até onde baixar o peso em alguns exercícios em que não está vendo as mãos.
"A consciência corporal é saber sentir e perceber o próprio corpo durante a execução de um determinado movimento ou da prática esportiva"
Por meio da consciência corporal temos o elemento básico e indispensável para a formação do sentimento individual diante das alterações metabólicas, fisiológicas e neuromusculares. Assim, cada indivíduo consegue perceber como seu corpo reage aos estímulos vivenciados na prática esportiva. Resumidamente, isso significa que, quando tem uma boa consciência corporal, você consegue perceber que está sem energia para realizar determinado exercício e que precisa diminuir a intensidade; ou saber que seus músculos não são capazes de suportar determinada carga (ou realizar certo movimento); ou ainda ter a noção de que você está cansado demais e hoje não deve ir treinar.
Prevenção de lesões
Compreender como as principais estruturas anatômicas estão envolvidas nos movimentos musculares é muito importante na prevenção de lesões durante os exercícios físicos, uma vez que nos deixa corporalmente conscientes de nossos limites estruturais e nos permite, por meio da auto-observação, interromper uma prática esportiva antes de ocorrer, por exemplo, um estiramento muscular. Consciência corporal, no entanto, não se refere apenas à execução do movimento. Alguns estudos relatam que sinais corporais multissensoriais e sua representação neural integrada são de fundamental importância para a autoconsciência corporal. "Isso envolve funções cerebrais (áreas corticais de planejamento e execução da tarefa e participação do cerebelo), responsáveis pelo controle e harmonia dos nossos movimentos". Além disso, fatores como sono, cansaço e fadiga física e mental podem interferir na consciência corporal contribuindo para o aparecimento de lesões.
Existem algumas evidências na literatura científica que indicam que exercícios de relaxamento associados com liberação miofascial, meditação, ioga, pilates e mindfulness auxiliam na melhora da consciência e controle postural, especialmente pelo trabalho de estabilização do tronco e de orientação espacial.
Treino de Mobilidade Articular
É muito importante apostar em exercícios que ajudam a melhorar a qualidade e a amplitude do seu movimento. A fisioterapia e a educação física apostam, para isso, no treino de mobilidade articular. “Como o próprio nome indica, ele permite uma maior movimentação das articulações, diminuindo os incômodos durante os treinos. Funciona como um alongamento, só que ao invés de ficar parado, você se mexe enquanto realiza.
Benefícios: Ao deixar os movimentos mais harmônicos e fáceis de realizar, o treino de mobilidade articular previne lesões (uma vez que nenhuma parte do corpo fica sobrecarregada), pode ajudar na reabilitação de atletas machucados e dá um “UP” no desempenho (todas as articulações funcionam com mais eficiência).
O treino de mobilidade deve ser incluído nas sessões de treino, na parte que chamamos de preparação do movimento, juntamente com o treino de estabilidade e, também a ativação neuro motora. Em conjunto, eles preparam o nosso corpo para a parte principal, que pode ser o treino de força, otimizando os resultados e reduzindo o risco de lesão. A ideia é pensar nos movimentos e não nos músculos!
Dra. Vanessa Marcondes Chaves - Fisioterapeuta